O câncer de mama representa um dos temas mais urgentes em saúde pública para mulheres — e até, embora raramente, para homens. Neste texto, você vai conhecer as estatísticas mais recentes, as causas, os sintomas, as estratégias de prevenção, a história da campanha Outubro Rosa e a importância desse movimento. Vamos lá?
Estatísticas 2025: o panorama mais recente
Casos e incidência no Brasil
Para o triênio 2023–2025, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) projeta 73.610 novos casos de câncer de mama por ano no Brasil (excluindo tumores de pele não melanoma). Essa estimativa corresponde a uma taxa ajustada de 41,89 casos por 100 mil mulheres.
No total de cânceres esperados no Brasil, o número gira em torno de 704 mil casos novos por ano nos próximos anos — e o câncer de mama lidera entre as mulheres.
Mortalidade e perfil etário
A morte por câncer de mama ocupa a primeira posição entre os cânceres em mulheres no Brasil. Estima-se que a doença cause cerca de 18 mil mortes no país.
Um dado importante: uma em cada três mulheres diagnosticadas tem menos de 50 anos. Além disso, entre 2015 e 2022, foram notificados 374.548 casos de câncer de mama no Brasil.
Essas estatísticas revelam dois alertas: o câncer de mama não afeta apenas mulheres mais velhas — ele também aparece em faixas etárias mais jovens — e a carga da doença segue elevada no Brasil.

Causas e fatores de risco
O câncer de mama surge quando células mamárias começam a crescer de forma desordenada e formam um tumor maligno. Embora não exista uma única causa definida, muitos fatores aumentam o risco. Vamos ver os principais:
Fatores inalteráveis (não modificáveis)
- Idade mais avançada, especialmente acima de 50 anos
- Histórico familiar (mãe, irmã) ou histórico genético (mutações nos genes BRCA1, BRCA2)
- Início da menstruação precoce (menarca antes dos 12 anos) ou menopausa tardia (aposentadoria da menstruação após os 55 anos)
- Nunca ter tido filhos ou ter a primeira gravidez depois dos 30 anos
- Terapia hormonal com estrogênio-progesterona por longo tempo
- Exposição a radiações ionizantes (por exemplo, exames de radiação no tórax)
Fatores modificáveis (onde há oportunidade de ação)
- Sobrepeso ou obesidade, especialmente após a menopausa
- Sedentarismo ou atividade física insuficiente
- Consumo excessivo de álcool
- Alimentação pouco saudável, com alto teor de gordura e alimentos ultraprocessados
- Exposição a substâncias químicas hormonais no ambiente (inclusive compostos endócrinos) — essa área ainda em pesquisa
- Tabagismo (em alguns estudos, mostra associação, embora menor que em outros cânceres)
Não podemos afirmar que eliminar todos esses fatores vai impedir o câncer de mama, mas reduzir esses riscos já faz diferença significativa.
Sintomas: fique atenta a sinais de alerta
O câncer de mama pode surgir sem sintomas visíveis no início. Por isso, conhecer seu próprio corpo e fazer os exames de rastreamento são essenciais.
Quando apresentam sinais, os mais comuns são:
- Nódulo ou caroço na mama ou na região da axila, geralmente firme, fixo e indolor
- Alterações na pele da mama, como vermelhidão, retração, aspecto de “casca de laranja” (edema cutâneo)
- Mudanças no mamilo, como retração, inversão, ferida ou secreção espontânea (clara, rosada ou sanguinolenta)
- Secreção mamilar espontânea, especialmente quando unilateral e sanguinolenta
- Linfonodos (“ínguas”) aumentados na axila ou pescoço
- Dor persistente na mama ou sensação de peso (embora muitas vezes o câncer de mama não doa nos estágios iniciais)
- Alterações visíveis no contorno da mama, como retrações ou assimetrias novas
Importante: nem toda alteração indica câncer. Mas ao identificar algo diferente, procure médico com urgência.

Prevenção e detecção: como agir
Você não controla todos os fatores de risco, mas pode adotar medidas eficazes para reduzir as chances de desenvolver câncer de mama ou identificá-lo cedo.
Práticas preventivas recomendadas
- Mantenha o peso corporal adequado, evitando o acúmulo excessivo de gordura
- Pratique atividade física regular: pelo menos 150 minutos semanais de exercício moderado
- Reduza ou evite o consumo de álcool
- Não fume
- Se possível, amamente seus filhos — a amamentação exerce efeito protetor
- Reveja com seu médico o uso prolongado de terapias hormonais
- Evite exposições desnecessárias a radiações ionizantes
- Adote dieta rica em frutas, legumes, fibras e com menor consumo de gorduras saturadas
Rastreamento e diagnóstico precoce
- Para mulheres de 50 a 69 anos, recomenda-se mamografia a cada dois anos (exceto em casos de risco elevado)
- Mulheres com fatores de risco elevado (história familiar, mutações genéticas) podem precisar de acompanhamento especial, começando antes
- Médicos ou enfermeiros realizam o exame clínico da mama, podendo detectar alterações palpáveis ou visuais
- O autoexame mensal pode ajudar a detectar mudanças precocemente, mas não substitui exames de imagem em mulheres acima da faixa etária indicada
- Quando existir suspeita, solicite ultrassonografia, mamografia e/ou biópsia — essas ferramentas permitem confirmar ou descartar suspeitas
No conjunto, quanto mais cedo for o diagnóstico, maiores as chances de tratamento eficaz e cura.
História e evolução da campanha Outubro Rosa
Origem internacional
Na década de 1990, o movimento de conscientização do câncer de mama ganhou força nos Estados Unidos. O laço rosa tornou-se símbolo da luta quando a Fundação Susan G. Komen for the Cure distribuiu fitas cor-de-rosa a participantes da Corrida pela Cura, em Nova York. Em 1991, a corrida “Race for the Cure” obteve grande visibilidade.
A chegada ao Brasil
No Brasil, a primeira ação alusiva ao Outubro Rosa ocorreu em 2002, quando o Obelisco do Parque Ibirapuera, em São Paulo, foi iluminado de rosa. A partir de 2008, o movimento ganhou força nacional com campanhas em estados e municípios. Em 2018, a Lei Federal nº 13.733 tornou obrigatórias algumas ações públicas durante o mês de outubro para disseminar a campanha no país.
Propósitos centrais do Outubro Rosa
- Levar informação à população sobre a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de mama (e em muitos casos, também do câncer do colo do útero).
- Estimular o autocuidado, o exame clínico e o acesso a mamografias.
- Iluminar monumentos e prédios públicos com a cor rosa para chamar atenção à causa.
- Mobilizar a sociedade civil, empresas, mídias e entidades de saúde para campanhas, eventos e arrecadação de recursos
Hoje, o Outubro Rosa representa muito mais que um mês no calendário: é um símbolo de união, alerta e incentivo à vida.

A importância da campanha e o impacto social
O Outubro Rosa eleva o câncer de mama ao centro do debate público. Ele estimula governos e instituições a implementarem políticas de rastreamento, ampliem o acesso a exames e tratamentos, e fortaleçam redes de apoio para pacientes e familiares.
Além disso, ele promove empoderamento: mulheres falam abertamente sobre a doença, compartilham experiências e vencem o tabu de toque e consulta médica. Graças à visibilidade, mais pessoas se conscientizam da importância de cuidar do próprio corpo.
Se a sociedade reagir com ação consistente, poderemos reduzir a mortalidade e oferecer mais condições de cura. Por isso, campanhas como Outubro Rosa são vitais para sensibilizar, educar e mobilizar.
Conclusão: mobilização, prevenção e esperança
O câncer de mama continua sendo um grande desafio de saúde pública no Brasil e no mundo. Apesar das estatísticas alarmantes — como os 73.610 novos casos esperados por ano para 2025 no Brasil.
Quando adotamos hábitos saudáveis, mantemos o acompanhamento médico e aderimos ao rastreamento, aumentamos muito as chances de detecção precoce, tratamento eficaz e cura. O Outubro Rosa simboliza essa luta coletiva e reforça a importância de não adiar a ida ao médico ao notar qualquer alteração.
A Coopertáxi BH apoia plenamente essa causa. Com orgulho, ela se une à mobilização pela saúde das mulheres e incentiva você: cuide-se, faça seus exames e vá ao médico regularmente. A prevenção salva vidas — e juntos podemos transformar estatísticas em sobrevivência.